CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARTE, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
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GT 3: MEMÓRIA E TECNOLOGIAS DIGITAIS
(coordenação: Profa. Dra. Cátia Rodrigues Barbosa - UFMG
e Profa. Dra. Renata Baracho Porto - UFMG)
Dia 22 de março de 2020
[segunda-feira]
10h30-12h
“Equipamentos culturais no pós-digital”
Circuito Liberdade: Análise de dados em redes sociais como instrumento de percepção para a ressignificação dos espaços culturais
Mestre Adriana Silva (UFMG)
Doutora Renata Baracho (UFMG)
Este artigo apresenta um estudo da Cidade de Belo Horizonte como espaço integrado de fomento ao Patrimônio Cultural, trabalhando a Comunicação Digital com foco na análise de dados em redes sociais como ator importante para estreitar o relacionamento entre Sociedade e Patrimônio. A combinação destes dados atrelados as análises críticas dos profissionais de comunicação trazem respostas atualizadas as instituições. Nosso objeto de estudo, o Circuito Liberdade, é referência importante para esta análise por sua relevância histórica e social, atrelada a uma atuação significativa nos meios digitais que geram considerações importantes sobre a percepção do público na ressignificação simbólica deste espaço. Os resultados obtidos neste artigo reforçam a importância da Comunicação Digital no ambiente público e a viabilidade da aplicação da análise de dados em redes sociais como ferramenta dinâmica e atual. Ratifica a importância da interdisciplinaridade na gestão dos espaços públicos culturais, com foco na Comunicação digital como ferramenta eficaz de análise de processos e fedbach.
Audiovisual digital em espaço museológico: exposição do Museu do Amanhã
Doutoranda Úrsula Resende (UNIRIO)
Doutora DianaLima (UNIRIO)
Os impactos do uso de recursos audiovisuais digitais nos Museus nesse período inicial do século XXI são o tema artigo. Atualmente, as mídias atravessam um momento de transição dos meios analógicos para os digitais que atingem não somente o formato, mas também o modo de produção e processos criativos. A análise focaliza a exposição permanente (de longa duração) do Museu do Amanhã (Museu de Ciências, RJ, inaugurado em 2015), constituída somente por recursos audiovisuais em meio digital. A narrativa musealizada discute as consequências da ação humana no planeta nos próximos 50 anos. Ao Museu, que foge do modelo tradicional (não há objetos no acervo ou em exibição), aplicou-se referencial teórico e prático para avaliar a linguagem expográfica: ambientes expositivos expressam cenários futuros através de projeções. Resultados analítico-interpretativos sobre a exposição – dotada de uma “coleção de possibilidades’’ representada por “acervo” de “informação”, um “museu diferente” pela modelagem de composição museológica, pelos novos itens e a narrativa comunicada na exposição (museografia, expografia) – verificaram que seu modelo é inusitado e inovador no atual cenário brasileiro. A articulação de conceitos teóricos acerca da imagem e da exposição revelam uma condição diferenciada no que tange a adequação aos preceitos da Museologia e da Comunicação, indica outras percepções conceituais e aplicações práticas a serem incorporadas ao campo museológico.
A mediação cultural em aplicativos para mídias móveis de museus de arte: modos de ativação da experiência dos usuários
Doutoranda Fernanda Miranda de Vasconcellos Motta (UFMG)
As tecnologias móveis se desenvolvem em ritmo acelerado e permeiam todos os aspectos da vida humana. Nos museus, elas estão cada vez mais presentes, levando ao desenvolvimento de aplicativos que ampliam as possibilidades de mediação cultural com os públicos. Esses aplicativos representam um espaço de condensação e interseção da produção e consumo cultural. Sua disseminação permite que os museus se conectem aos usuários a qualquer momento, em um ambiente pessoal que transcende os limites físicos e a materialidade do acervo. Instauram-se formas de comunicação em rede, de aprendizagem contínua, de experimentação de múltiplas camadas de realidade que ativam a imaginação humana. Considerando-se essa perspectiva, o presente artigo propõe o estudo exploratório, com base no método de etnografia digital, de uma amostra de aplicativos de museus de arte. O propósito é avaliar de que forma as estratégias e tecnologias adotadas pelos museus em estudo enriquecem a experiência de seus usuários.
A utilização da Multimídia e das mídias digitais em Museus
Doutora Giselle Gubernikoff (USP)
São raros os estudos que abordam com propriedade a utilização das novas tecnologias de comunicação e das mídias digitais em museus. A ação de expor objetos e/ou obras de arte é atividade central em um museu como forma de atividade cultural para alcançar o seu público, transformando-se em um meio indispensável integrado aos atuais processos de produção e de gestão cultural. Nos últimos anos, a presença das novas tecnologias na concepção e montagem de exposições se multiplicou. Parte-se do princípio de que se deve considerar o papel das novas tecnologias de comunicação e de informação na educação e no saber, e analisar a sua utilização na criação de ambientes ricos em possibilidades de produção de conhecimento e aprendizagem. Se o espaço expositivo é um espaço comunicador, será dentro desta dimensão que será analisado o discurso contextual das exposições virtuais de diferentes museus.
[segunda-feira]
10h30-12h
“Equipamentos culturais no pós-digital”
Circuito Liberdade: Análise de dados em redes sociais como instrumento de percepção para a ressignificação dos espaços culturais
Mestre Adriana Silva (UFMG)
Doutora Renata Baracho (UFMG)
Este artigo apresenta um estudo da Cidade de Belo Horizonte como espaço integrado de fomento ao Patrimônio Cultural, trabalhando a Comunicação Digital com foco na análise de dados em redes sociais como ator importante para estreitar o relacionamento entre Sociedade e Patrimônio. A combinação destes dados atrelados as análises críticas dos profissionais de comunicação trazem respostas atualizadas as instituições. Nosso objeto de estudo, o Circuito Liberdade, é referência importante para esta análise por sua relevância histórica e social, atrelada a uma atuação significativa nos meios digitais que geram considerações importantes sobre a percepção do público na ressignificação simbólica deste espaço. Os resultados obtidos neste artigo reforçam a importância da Comunicação Digital no ambiente público e a viabilidade da aplicação da análise de dados em redes sociais como ferramenta dinâmica e atual. Ratifica a importância da interdisciplinaridade na gestão dos espaços públicos culturais, com foco na Comunicação digital como ferramenta eficaz de análise de processos e fedbach.
Audiovisual digital em espaço museológico: exposição do Museu do Amanhã
Doutoranda Úrsula Resende (UNIRIO)
Doutora DianaLima (UNIRIO)
Os impactos do uso de recursos audiovisuais digitais nos Museus nesse período inicial do século XXI são o tema artigo. Atualmente, as mídias atravessam um momento de transição dos meios analógicos para os digitais que atingem não somente o formato, mas também o modo de produção e processos criativos. A análise focaliza a exposição permanente (de longa duração) do Museu do Amanhã (Museu de Ciências, RJ, inaugurado em 2015), constituída somente por recursos audiovisuais em meio digital. A narrativa musealizada discute as consequências da ação humana no planeta nos próximos 50 anos. Ao Museu, que foge do modelo tradicional (não há objetos no acervo ou em exibição), aplicou-se referencial teórico e prático para avaliar a linguagem expográfica: ambientes expositivos expressam cenários futuros através de projeções. Resultados analítico-interpretativos sobre a exposição – dotada de uma “coleção de possibilidades’’ representada por “acervo” de “informação”, um “museu diferente” pela modelagem de composição museológica, pelos novos itens e a narrativa comunicada na exposição (museografia, expografia) – verificaram que seu modelo é inusitado e inovador no atual cenário brasileiro. A articulação de conceitos teóricos acerca da imagem e da exposição revelam uma condição diferenciada no que tange a adequação aos preceitos da Museologia e da Comunicação, indica outras percepções conceituais e aplicações práticas a serem incorporadas ao campo museológico.
A mediação cultural em aplicativos para mídias móveis de museus de arte: modos de ativação da experiência dos usuários
Doutoranda Fernanda Miranda de Vasconcellos Motta (UFMG)
As tecnologias móveis se desenvolvem em ritmo acelerado e permeiam todos os aspectos da vida humana. Nos museus, elas estão cada vez mais presentes, levando ao desenvolvimento de aplicativos que ampliam as possibilidades de mediação cultural com os públicos. Esses aplicativos representam um espaço de condensação e interseção da produção e consumo cultural. Sua disseminação permite que os museus se conectem aos usuários a qualquer momento, em um ambiente pessoal que transcende os limites físicos e a materialidade do acervo. Instauram-se formas de comunicação em rede, de aprendizagem contínua, de experimentação de múltiplas camadas de realidade que ativam a imaginação humana. Considerando-se essa perspectiva, o presente artigo propõe o estudo exploratório, com base no método de etnografia digital, de uma amostra de aplicativos de museus de arte. O propósito é avaliar de que forma as estratégias e tecnologias adotadas pelos museus em estudo enriquecem a experiência de seus usuários.
A utilização da Multimídia e das mídias digitais em Museus
Doutora Giselle Gubernikoff (USP)
São raros os estudos que abordam com propriedade a utilização das novas tecnologias de comunicação e das mídias digitais em museus. A ação de expor objetos e/ou obras de arte é atividade central em um museu como forma de atividade cultural para alcançar o seu público, transformando-se em um meio indispensável integrado aos atuais processos de produção e de gestão cultural. Nos últimos anos, a presença das novas tecnologias na concepção e montagem de exposições se multiplicou. Parte-se do princípio de que se deve considerar o papel das novas tecnologias de comunicação e de informação na educação e no saber, e analisar a sua utilização na criação de ambientes ricos em possibilidades de produção de conhecimento e aprendizagem. Se o espaço expositivo é um espaço comunicador, será dentro desta dimensão que será analisado o discurso contextual das exposições virtuais de diferentes museus.
14h-15h30
“A mediação e outras questões curatoriais”
O QR Code como dispositivo da mediação no FACTORS 6.0
Mestrando Daniel Jaenisch Lopes (UFSM)
O QR Code é um código bidimensional que pode ser decodificado por um celular smartphone. Este dispositivo pode ser utilizado de várias formas, podendo redirecionar para vídeos, sites, arquivos e outras mídias. Sobre o uso do QR Code como dispositivo da mediação, refletimos a respeito deste dispositivo tecnológico como complementaridade da mediação em eventos de Arte, Ciência e Tecnologia trazendo apontamentos no que tange as possibilidades estratégicas permitidas pelo uso do QR Code na mediação da sexta edição do O Festival de Arte, Ciência e Tecnologia (FACTORS 6.0). Desta forma, avaliamos que o uso do código neste evento de Arte, Ciência e Tecnologia, propiciou autonomia do público em relação ao acesso de informações relativas às obras e aos artistas que fizeram parte do evento. Nesse contexto, estabeleceram-se outras formas de ligação com o público, para além da forma presencial da mediação.
I Bienal de Arte Digital 2018: abordagem da experiência do público de arte, ciência e tecnologia
Mestre Camila Medina (UFRJ)
A partir da descrição da minha observação e participação na dinâmica de visitação da I Bienal de Arte Digital (Centro Cultural Oi Futuro, Rio de Janeiro, 2018), questiono metodologicamente a premissa da escrita etnográfica que precisa a posição do pesquisador na negação do espaço dos afetos na elaboração do diário de campo. A fim de compreender como o posicionamento afetivo pode relatar e criar uma memória em torno das expectativas e impressões do público em contato com as obras de arte de caráter híbrido, ao longo do texto, considero meu primeiro contato com os organizadores do projeto, como foram criados vínculos com os agentes mediadores da exposição, e como me aproximei do público visitante dentro de distintas situações sociais. Nesse contexto, investigo como esta forma de inserção e imersão na experiência de visitação em exposições que articulam arte, ciência e tecnologia identifica uma rede de ações e estratégias que agenciam e disputam maneiras e conformações sobre como o espectador deveria perceber e se apropriar destas práticas artísticas.
Cura Tecnológica
Doutora Aline Couri Fabião (UFRJ)
Muitas vezes o conceito de tecnologia pode remeter à ciências duras, exatas, de mais certezas do que incertezas. Esta proposta tem por objetivo navegar por um universo de soluções ao alcance dos não especialistas, do faça-você-mesmo, do lúdico, das gambiarras, dos desviantes. Considerando objetos técnicos produtos culturais, fruto da inventividade humana, nossos olhos estão atentos para as “tecnologias de punta del este” (como diria Márcia X) e para dispositivos que criam desvios ao projeto unidirecional de desenvolvimentismo tecnológico. É proposto um breve panorama de obras e artistas que atuam neste campo poético, tendo como principal referencia os objetos relacionais de Lygia Clark. Especificamente, articularemos tais questões com a obra da artista russa Dasha Ilina, fundadora do Center for Technological Pain. Seu trabalho explora a relação corpórea que desenvolvemos com os dispositivos digitais que usamos diariamente. O trabalho de Ilina se concentra nas noções de cuidado e tecnologia, práticas de gambiarra e soluções lowtech para examinar questões como dependência do celular, problemas de saúde relacionados à tecnologia e privacidade na era digital.
Reflexões sobre o papel do marketing 3.0 e 4.0 na difusão e acesso a memória
Mestranda Ariane Gervásio (ABPA)
Estamos vivendo profundas mudanças na forma de nos comunicar. No ambiente digital, diferentes vozes e instituições encontram igualdade, inclusão e novas possibilidades por meio das redes sociais. Mais do que gerar interesse por um serviço ou produto pela funcionalidade – utilidade – e emoção – enfatizando a relação ¬com os clientes e os mantendo satisfeitos – o marketing 3.0 e 4.0 têm o objetivo de criar uma conexão espiritual com o consumidor, capturando o espírito humano e desejando criar um mundo melhor utilizando a tecnologia e as redes como ferramentas. Para as instituições, os valores são mais importantes – ou tão importantes quanto as vendas – criando um contexto favorável para vender, descobrir ou compartilhar ideias e conceitos que promovem cultura, sustentabilidade e questões sociais. Neste contexto, a comunicação online e as redes sociais podem ser ferramentas importantes para vender, descobrir ou compartilhar a memória sob a ótica do marketing 3.0 e 4.0.
O tratamento do acervo audiovisual no Arquivo Nacional: uma discussão sobre avanço tecnológico e obsolescência no campo dos arquivos
Doutoranda Aline Torres (Arquivo Nacional)
Especialista Ana Carolina Reyes (Arquivo Nacional)
Mestre Carlos Eduardo Marconi De Carvalho (Arquivo Nacional)
O trabalho busca apresentar um panorama do tratamento do acervo audiovisual custodiado pelo Arquivo Nacional, com foco no impacto das tecnologias na prática arquivística. Composto pelos mais variados suportes e formatos (películas cinematográficas, fitas videomagnéticas, documentos nato digitais), o acervo audiovisual é atravessado pelas questões impostas tanto pelo avanço, quanto pela obsolescência tecnológica. A digitalização é importante por permitir a difusão do acervo, mas a conservação de documentos e equipamentos originais, que permitam o acesso aos documentos no formato em que foram criados, garantindo os requisitos de autenticidade e fidedignidade das cópias geradas, também se faz imprescindível no campo dos arquivos. Serão abordados, entre outros assuntos, as diversas migrações de conteúdo dos documentos originais para suportes que se tornam obsoletos de forma cada vez mais rápida, as dificuldades para aquisição e manutenção de equipamentos em desuso, e os impactos dessas dificuldades no acesso ao conteúdo da documentação, limitando as informações a serem disponibilizadas para os usuários.
“A mediação e outras questões curatoriais”
O QR Code como dispositivo da mediação no FACTORS 6.0
Mestrando Daniel Jaenisch Lopes (UFSM)
O QR Code é um código bidimensional que pode ser decodificado por um celular smartphone. Este dispositivo pode ser utilizado de várias formas, podendo redirecionar para vídeos, sites, arquivos e outras mídias. Sobre o uso do QR Code como dispositivo da mediação, refletimos a respeito deste dispositivo tecnológico como complementaridade da mediação em eventos de Arte, Ciência e Tecnologia trazendo apontamentos no que tange as possibilidades estratégicas permitidas pelo uso do QR Code na mediação da sexta edição do O Festival de Arte, Ciência e Tecnologia (FACTORS 6.0). Desta forma, avaliamos que o uso do código neste evento de Arte, Ciência e Tecnologia, propiciou autonomia do público em relação ao acesso de informações relativas às obras e aos artistas que fizeram parte do evento. Nesse contexto, estabeleceram-se outras formas de ligação com o público, para além da forma presencial da mediação.
I Bienal de Arte Digital 2018: abordagem da experiência do público de arte, ciência e tecnologia
Mestre Camila Medina (UFRJ)
A partir da descrição da minha observação e participação na dinâmica de visitação da I Bienal de Arte Digital (Centro Cultural Oi Futuro, Rio de Janeiro, 2018), questiono metodologicamente a premissa da escrita etnográfica que precisa a posição do pesquisador na negação do espaço dos afetos na elaboração do diário de campo. A fim de compreender como o posicionamento afetivo pode relatar e criar uma memória em torno das expectativas e impressões do público em contato com as obras de arte de caráter híbrido, ao longo do texto, considero meu primeiro contato com os organizadores do projeto, como foram criados vínculos com os agentes mediadores da exposição, e como me aproximei do público visitante dentro de distintas situações sociais. Nesse contexto, investigo como esta forma de inserção e imersão na experiência de visitação em exposições que articulam arte, ciência e tecnologia identifica uma rede de ações e estratégias que agenciam e disputam maneiras e conformações sobre como o espectador deveria perceber e se apropriar destas práticas artísticas.
Cura Tecnológica
Doutora Aline Couri Fabião (UFRJ)
Muitas vezes o conceito de tecnologia pode remeter à ciências duras, exatas, de mais certezas do que incertezas. Esta proposta tem por objetivo navegar por um universo de soluções ao alcance dos não especialistas, do faça-você-mesmo, do lúdico, das gambiarras, dos desviantes. Considerando objetos técnicos produtos culturais, fruto da inventividade humana, nossos olhos estão atentos para as “tecnologias de punta del este” (como diria Márcia X) e para dispositivos que criam desvios ao projeto unidirecional de desenvolvimentismo tecnológico. É proposto um breve panorama de obras e artistas que atuam neste campo poético, tendo como principal referencia os objetos relacionais de Lygia Clark. Especificamente, articularemos tais questões com a obra da artista russa Dasha Ilina, fundadora do Center for Technological Pain. Seu trabalho explora a relação corpórea que desenvolvemos com os dispositivos digitais que usamos diariamente. O trabalho de Ilina se concentra nas noções de cuidado e tecnologia, práticas de gambiarra e soluções lowtech para examinar questões como dependência do celular, problemas de saúde relacionados à tecnologia e privacidade na era digital.
Reflexões sobre o papel do marketing 3.0 e 4.0 na difusão e acesso a memória
Mestranda Ariane Gervásio (ABPA)
Estamos vivendo profundas mudanças na forma de nos comunicar. No ambiente digital, diferentes vozes e instituições encontram igualdade, inclusão e novas possibilidades por meio das redes sociais. Mais do que gerar interesse por um serviço ou produto pela funcionalidade – utilidade – e emoção – enfatizando a relação ¬com os clientes e os mantendo satisfeitos – o marketing 3.0 e 4.0 têm o objetivo de criar uma conexão espiritual com o consumidor, capturando o espírito humano e desejando criar um mundo melhor utilizando a tecnologia e as redes como ferramentas. Para as instituições, os valores são mais importantes – ou tão importantes quanto as vendas – criando um contexto favorável para vender, descobrir ou compartilhar ideias e conceitos que promovem cultura, sustentabilidade e questões sociais. Neste contexto, a comunicação online e as redes sociais podem ser ferramentas importantes para vender, descobrir ou compartilhar a memória sob a ótica do marketing 3.0 e 4.0.
O tratamento do acervo audiovisual no Arquivo Nacional: uma discussão sobre avanço tecnológico e obsolescência no campo dos arquivos
Doutoranda Aline Torres (Arquivo Nacional)
Especialista Ana Carolina Reyes (Arquivo Nacional)
Mestre Carlos Eduardo Marconi De Carvalho (Arquivo Nacional)
O trabalho busca apresentar um panorama do tratamento do acervo audiovisual custodiado pelo Arquivo Nacional, com foco no impacto das tecnologias na prática arquivística. Composto pelos mais variados suportes e formatos (películas cinematográficas, fitas videomagnéticas, documentos nato digitais), o acervo audiovisual é atravessado pelas questões impostas tanto pelo avanço, quanto pela obsolescência tecnológica. A digitalização é importante por permitir a difusão do acervo, mas a conservação de documentos e equipamentos originais, que permitam o acesso aos documentos no formato em que foram criados, garantindo os requisitos de autenticidade e fidedignidade das cópias geradas, também se faz imprescindível no campo dos arquivos. Serão abordados, entre outros assuntos, as diversas migrações de conteúdo dos documentos originais para suportes que se tornam obsoletos de forma cada vez mais rápida, as dificuldades para aquisição e manutenção de equipamentos em desuso, e os impactos dessas dificuldades no acesso ao conteúdo da documentação, limitando as informações a serem disponibilizadas para os usuários.
Dia 23 de março de 2020
[terça-feira]
9h-10h30
“Interações, paisagens culturais e memória digital”
Interações urbanas de grafiteiros/pichadores no instagram
Doutorando Thiago de Andrade Morandi (PUC/MG)
Existe, atualmente, um grande fluxo de imagens que são postadas em redes sociais como o Instagram. Grupos de grafiteiros e pichadores estão entre esses grupos que interagem com a rede, postando seu cotidiano e suas intervenções urbanas criando, desta forma, uma memória urbana digital por meio de uma criatividade cotidiana que desenvolvem sem ao menos perceberem. Este breve estudo pretende compreender como alguns grupos de grafiteiros e pichadores da região metropolitana de Belo Horizonte atuam no Instagram, como são suas interações, como as registram, como postam suas ações e seus processos criativos que, em sua maioria, carregam um cunho político e de crítica social. As análises são feitas com interpretações imagéticas, algumas técnicas antropológicas e, sobretudo, por meio de análises do que Armando Silva chama de operações de modo progressivo.
Cidades inteligentes e preservação patrimonial no Brasil
Mestre Juliana Castro (UFMG)
Doutora Renata Baracho (UFMG)
O estudo se propõe a investigar a problemática da preservação patrimonial em meio às atuais discussões sobre cidades inteligentes, perspectiva de governo orientada a assuntos como sustentabilidade, habitabilidade, participação cidadã e uso de tecnologias. Para tanto, foram analisadas fontes bibliográficas e documentais a respeito de iniciativas “inteligentes” realizadas em três diferentes cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória, realizada por meio de estudo de casos e análise de conteúdo. Como resultados, aponta-se que, embora tenha sido verificada a existência de iniciativas importantes nos projetos “inteligentes” recuperados no contexto nacional, as áreas cultural e patrimonial ainda não foram envolvidas nas discussões e ações ligadas às cidades inteligentes no Brasil.
Perímetro de entorno, paisagem cultural estudo de caso do conjunto moderno da Pampulha
Doutoranda Kelly Juliane Dutra (UFMG)
Doutora Renata Maria Abranches Baracho Porto (UFMG)
O artigo tem como questão de pesquisa sobre como os prédios públicos podem influenciar no seu entorno. Para responder essa pesquisa foi feito um estudo de caso na lagoa da Pampulha, Belo Horizonte. A lagoa e o seu conjunto arquitetônico foram eleitos Patrimônio Mundial da UNESCO, sendo assim um importante foco de pesquisa. Uma caminhada pela orla da lagoa da Pampulha é fácil observar como as construções particulares harmonizam com as edificações públicas e modernas que formam o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, a igreja de São Francisco, a Casa do Baile, o Museu de Arte da Pampulha, o Iate Tênis Cube e a Casa Kubitschek. O objetivo desse estudo de caso é considerar a gestão do conhecimento nos perímetros de entorno dos bens tombados caminhando na direção da criação de ontologia e do levantamento dos requisitos para um protótipo de um sistema virtual. A proposta de um protótipo vai além da visualização dos bens tombados e de seu entorno incluindo a compreensão das relações desses patrimônios materiais e imateriais entre si e com seu entono. Essa compreensão é importante para diferentes aplicações e urgente nas políticas públicas de proteção ao patrimônio cultural, não somente como um auxilio técnico, mas também como possiblidade de dar acesso a população com as imbricações legais e as de cunho afetivo que permeiam a memória e o patrimônio cultural como ponto de acesso ao passado e a necessidade de sua proteção. Como resultados foi feito uma análise por meio de um levantamento histórico e fotográfico da orla da lagoa da Pampulha e o uso do dossiê de candidatura a lista de Patrimônio da Humanidade elaborado pelo o IPHAN em 2014 e apresentado a UNESCO.
A memória da Arte Urbana: entre o ciberespaço e a hiperculturalidade
Tais De Almeida (UnB)
A arte urbana, linguagem plurissígnica e multidisciplinar, permeia as mais diversas problemáticas da cultura, da imagem, da arte. Os processos de historicização da arte urbana desencadeados sobretudo de maneira empírica, alternativa e desinstitucional, é realizada pelos próprios artistas, desde a concepção da linguagem artística urbana, na sua versão moderna, até a contemporaneidade. Tais momentos históricos são relevantes, dos quais podemos diagnosticar alguns parâmetros estilísticos e norteadores que desencadeiam no desenvolvimento da memória dessa visualidade marginal e periférica. Os mecanismos de preservação memorial da arte urbana é realizado desde o mapeamento de micro-histórias orais, dos agentes pertencentes a dinâmica visual até a utilização híbrida do ciberespaço com finalidade de registro, catalogação, acervo, coleção e consequentemente conectividade e interação. Esses “sistemas memoriais” passam por inúmeros entraves sociais, que são sintomas da desigualdade de acesso a espaços institucionais de preservação, como também da invisibilização da estética da arte urbana e da globalização. Nesse trabalho, propõe-se uma análise dialógica dos caminhos utilizados pelos artistas urbanos para a construção memorial da linguagem artística, embasada nos conceitos de hiperculturalidade e ciberespaço.
10h30-12h
“A memória digital na sociedade”
A questão do contexto na difusão de documentos arquivísticos
Antonio Neto (Arquivo Nacional)
Alan Almeida (UFF)
Um princípio básico da arquivística é a compreensão do contexto de produção e preservação de um documento. Todavia, com as novas tecnologias muitos arquivos têm difundido documentos por meio da Internet sem explicitar em que tempo histórico, social e político foram concebidos e preservados. Que implicações isso pode ter para a disseminação de fake news e para um uso positivista do documento de forma descontextualizada com o objetivo de defender apenas um ponto de vista? Para tentar responder essas perguntas serão discutidos exemplos das principiais instituições arquivísticas brasileiras.
Como arquivar a inconstância: o desafio da conservação de obras que transitam entre a arte e a tecnologia
Doutoranda Paula Perissinotto (FILE)
Este artigo visa a delimitar um conjunto de problemas cuja fonte principal é o tema da preservação das obras de arte encerradas em suportes eletrônicos, em formatos de arquivos digitais e em plataformas digitais. Para tanto, nos valemos da exposição de alguns exemplos vindos da história da arte dos anos 70, de trabalhos que fizeram uso da eletrônica e em seguida de obras que foram influenciadas pelo advento da computação, e, por fim, das obras constantes no acervo do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE), realizado no Brasil desde [2000]. A reflexão, que se inicia com problemas concretos, desemboca em questões mais gerais: as características da arte eletrônica e o desafio de preservar esse bem imaterial, sua inserção na história da arte, e a constituição da memória dessas obras. Mesmo que museus e as instituições demonstrem um interesse em manter as referências artísticas e históricas dessa modalidade de arte, constata-se que as condições para uma preservação adequada das manifestações estéticas digitais não foram ainda completamente alcançadas. O enfrentamento da problemática termina por mobilizar conceitos dentro do tema maior – mídia arte como: obsolescência e falibilidade tecnológicas, memória social, acervo , arquivo, armazenamento. Sendo que esses recebem, inicialmente, alguma caracterização a partir do diálogo com estudiosos deste tema em particular. O artigo caminha também no sentido de apresentar hipóteses de preservação e de constituição de obras cujo suporte tenha sido extinto, ou tornado inacessível. Levando-se em conta a dificuldade de preservar as obras de arte digitais entende-se que o suporte de uma estrutura, que possa documentar os trabalhos e o contexto em que eles são realizados é uma parte vital para a conservação de pelo menos parte de uma história da produção artística na área de mídias arte nas primeiras décadas do século XXI. com as devidas remissões ao passado dessa memória.
Memória e cultura digital
Mestre Daniela Ramos Garcia (UEMG)
Graduanda Hillary Mascena (UEMG)
Este trabalho se propõe investigar a construção de narrativas como método de transmissão e preservação de obras de arte em rede e sua inserção na cultura digital. Para tanto, serão relacionados o conceito de storytelling em “Armazenamento de culturas online e o storytelling como método” de Annet Dekker e aspectos conceituais levantados em "A obra na era da sua reprodutibilidade técnica" de Walter Benjamin. Para Dekker, o storytelling funciona como um método que atualiza a obra em diferentes contextos virtuais na rede, ao ser reproduzida para que não desapareça na instabilidade do ambiente digital, de modo que o registro do envolvimento do público com a obra revela a recepção e difusão dentro da cultura digital. É nesse contexto que serão consideradas as contribuições de Benjamin acerca da reprodutibilidade técnica e seu reflexo na percepção e interação com a arte e seu reflexo na relação com a memória.
Ferroviagem: a memória coletiva acionada através da arte
Diana Pereira (UnB)
Virgínia Souto (UnB)
“Ferroviagem” é um projeto de pesquisa que nasceu da necessidade de explorar o passado das ferrovias do estado do Ceará, na intenção de reativar as memórias que fazem parte da história do trem que circulava em várias cidades do interior. O objetivo deste artigo é descrever as ações do projeto e suas implicações para os moradores e participantes. “Ferroviagem” une fotografia, instalação sonora e arquitetura abrindo novas possibilidades de repensar o patrimônio arquitetônico ligado às vias férreas do estado do Ceará e para, além disto, ativa memórias coletivas na comunidade. Todas estas possibilidades de unir arte, memória e tecnologia reafirmam os inúmeros caminhos de atuação artística nas nossas comunidades. Com esta análise espera-se fortalecer um repositório de informações sobre a técnica da projeção mapeada, e ampliar sua atuação para as zonas rurais, onde as imagens podem ir além do entretenimento e causar reflexões políticas, culturais e sociais.
Per(sino)ficação: uma abordagem digital sobre o patrimônio cultural
João Araújo (UFSJ)
Fábio Carvalho (UFSJ)
A tradição sineira presente na composição da paisagem sonora da cidade de [BLIND], possui uma forte relação afetiva e identitária com parte de sua população e com turistas que a visitam para ouvir seus toques. A afeição pelas produções sineiras cria uma grande relação da cidade com os sinos, produzindo uma personificação dos mesmos, capaz de torná-los parte da comunidade local. Para contrapor esta tradição e como forma de enfatizar a conexão entre pessoas e sinos, apresenta-se uma instalação denominada Per(sino)ficação. Nesta, os visitantes emprestam suas características físicas para compor novos sinos e novos toques em um campanário virtual. Um sistema que alia visão computacional, processamento de imagens e síntese sonora foi desenvolvido especialmente para este fim. A forma de criar sinos à partir de atributos pessoais, chamado aqui de "persinoficar", é discutido neste trabalho como uma nova abordagem para manutenção e revisão de culturas tradicionais.